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Bonfim, em Roraima, é uma cidade pequena, com apenas 13 mil habitantes. Mas, se não chama atenção pelo tamanho, ou por qualquer atrativo turístico, destaca-se por ser a única conexão viária terrestre do exterior com a Guiana, nosso vizinho sul-americano que teve a maior taxa de crescimento econômico mundial, em 2022 (62,3%), segundo o Fundo Monetário Internacional.
A Guiana faz fronteira com Brasil, Venezuela e Suriname. Além do Brasil, apenas Suriname tem posto fronteiriço com o território guianês, mas, ali, a travessia entre os dois países é feita de barco, diferentemente de Bonfim, onde uma ponte liga Brasil e Guiana.
Bonfim e a guianesa Lethem são cidades irmãs, consideradas um arranjo populacional internacional pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Todos os dias, vários brasileiros cruzam a fronteira para fazer compras nas lojas mais baratas da Guiana, para trabalhar ou para fazer negócios com a nova revelação da economia mundial.
Nascido em Minas Gerais, Robero Osme já morou na capital da Guiana, Georgetown, antes de se estabelecer há três anos em Bonfim. Há mais de uma década, mantém um hotel no município brasileiro, que vive desse trânsito entre as duas cidades.
“Ninguém vem passear em Bonfim. Aqui não tem ponto turístico, não tem nada. As pessoas passam aqui para fazer negócio, vão para a Guiana. Aqui é uma porta de saída [para o país vizinho]”, explica Osme.
Assim como outros moradores de Bonfim, ele tem receios em relação ao aumento das hostilidades entre Venezuela e Guiana, uma vez que o governo venezuelano realizará um referendo no próximo domingo (3), a fim de consultar a população sobre a redefinição da fronteira entre os dois países de modo a anexar 75% da Guiana.
Segundo ele, um dos receios imediatos é o fechamento da fronteira entre Brasil e Guiana, composta por uma ponte que atravessa o rio Tacutu. “Nós sofremos aqui com a covid. Ficamos fechados aqui durante quase dois anos [devido ao fechamento da fronteira]. Nós não tínhamos dinheiro nem para pagar a energia. E isso pode acontecer novamente. Se fechar a fronteira, acabou”, afirmou o dono do hotel.
Um possível fechamento da fronteira também preocupa Tarcísio Bezerra Almeida, dono de uma loja de materiais de construção em Bonfim. “O principal medo da gente que empreende aqui é a questão do fechamento da Fronteira. Existe boato da possibilidade de haver um fechamento. Isso impactaria diretamente nossa mercadoria”, afirma o brasileiro, que vende produtos de construção, como tijolos, para clientes em Lethem.
Almeida disse que, nos últimos dias, tem presenciado um aumento da fiscalização na fronteira entre Brasil e Guiana. “Hoje em dia, a fronteira da Guiana está aquecida. A Guiana está com um poder de compra muito grande e passa muita mercadoria lá para dentro. A gente tem uma fábrica de tijolos e nosso caminhão todo dia vai para Lethem. A gente manda mercadoria até para Georgetown”, conta ele.
Ambos empresários não desejam ver uma mudança de soberania em Lethem. “Do jeito que está, está ótimo. Não desejo que haja uma mudança não. Mas também não acredito que haverá essa mudança”, disse Almeida.
“Hoje nós temos como vizinhos o país que mais cresce no mundo. O comércio está incrementando muito. [Se Lethem passar à administração venezuelana] vamos passar a ter como vizinho um país que não cresce”, ressalta Osme. “De cinco a oito anos para cá, o comércio com a Guiana cresceu assustadoramente. E agora pode simplesmente zerar”.
O Ministério da Defesa brasileiro informou que tem acompanhado a situação e que intensificou suas ações na “fronteira ao norte do país”, com um aumento da presença de militares na região.
Já o Ministério das Relações Exteriores defende que Venezuela e Guiana busquem uma solução pacífica para a controvérsia.
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